Fábulas Clássicas para Crianças

Há muito, muito tempo, em um lugar onde as árvores falavam e os animais tinham sabedoria, existiam muitas fábulas, histórias cheias de lições e ensinamentos que, mesmo sendo simples, tinham grandes verdades. Hoje, vou contar duas dessas fábulas clássicas que nos ensinam sobre sabedoria, amizade e esforço.

1. A Raposa e o Corvo

Era uma manhã ensolarada quando um corvo muito esperto encontrou um pedaço de queijo delicioso. Ele pegou o queijo com seu bico e, feliz da vida, voou até um alto galho de árvore. O corvo sabia que o queijo era uma verdadeira iguaria, e pensou que poderia saboreá-lo tranquilo, sem que ninguém o incomodasse.

Mas, como sempre acontece nas histórias, a paz durou pouco. Não demorou muito para que uma raposa astuta, que passava por ali, visse o corvo com o queijo. A raposa era muito esperta e, com um sorriso malicioso, teve uma ideia.

A Raposa e o Corvo

Ela olhou para o corvo e disse:

“Que corvo lindo você é! E que penas brilhantes! Tenho certeza de que você canta muito bem também. Se cantar para mim, eu garanto que todos na floresta vão saber da sua voz maravilhosa.”

O corvo, todo vaidoso, queria mesmo mostrar sua habilidade de canto. Ele imaginou que, se cantasse, todos o admirariam. Mas, antes de abrir o bico para cantar, ele pensou: “Se eu cantar, a raposa vai ver o meu queijo e querer pegá-lo.” Então, com a intenção de manter o queijo só para ele, o corvo pensou mais uma vez e disse:

“Raposa, você está certa! Mas antes de cantar, tenho uma ideia. Que tal eu cantar só depois que você me disser que sou o mais bonito de todos os animais da floresta?”

A raposa, sempre astuta, pensou: “Ah, esse corvo é vaidoso demais! Ele vai cair na minha conversa.” Então, com um sorriso ainda mais doce, ela disse:

“Corvo, você é o mais bonito e o mais inteligente de todos! Agora, cante para que todos possam ouvir sua voz maravilhosa!”

O corvo, cheio de orgulho, abriu bem a boca para cantar, esquecendo completamente que ainda estava segurando o queijo. E plop! O pedaço de queijo caiu no chão e, com um rápido movimento, a raposa pegou o queijo e o engoliu, sorrindo.

“Ah, corvo,” disse a raposa, “não se deixe levar pela vaidade. Nem sempre as palavras doces são ditas com boas intenções.”

O corvo, envergonhado e sem queijo, aprendeu uma importante lição: não se deve ser enganado pelas palavras vazias e nem se deixar dominar pela vaidade.

2. A Tartaruga e a Lebre

Em uma manhã tranquila, nas margens de um lago, a lebre estava pulando de um lado para o outro, se exibindo para todos os animais ao seu redor. Ela tinha uma grande velocidade e adorava se vangloriar disso. Um dia, enquanto ela se exibia, a tartaruga que passava por ali, com sua calma habitual, ouviu os comentários da lebre.

A lebre, rindo, olhou para a tartaruga e, com um sorriso de escárnio, disse:

“Eu sou a mais rápida de todos! Nenhum animal consegue me acompanhar! Aposto que posso correr muito mais rápido do que você.”

A tartaruga, que sempre fora devagar e ponderada, não se deixou ofender. Ela, com sua voz tranquila, disse:

“Eu não sou rápida, mas tenho algo que você talvez não tenha: perseverança. Que tal uma corrida para provar que, com paciência, podemos conquistar grandes coisas?”

A lebre, pensando que seria uma corrida fácil, aceitou o desafio sem hesitar.

A Tartaruga e a Lebre

No dia da corrida, todos os animais da floresta estavam ansiosos para ver a competição. Quando a corrida começou, a lebre disparou na frente com grande velocidade, pulando de um lado para o outro, enquanto a tartaruga andava com passos lentos e firmes.

A lebre, percebendo que estava muito à frente, resolveu tirar uma soneca. “Ah, vou dormir um pouco. A tartaruga está tão longe que não vai me alcançar de jeito nenhum”, pensou ela, fechando os olhos e se acomodando confortavelmente no chão.

Enquanto isso, a tartaruga continuava sua marcha lenta e constante, sem parar, sem se distrair, apenas focando no seu objetivo: chegar ao fim da corrida. Ela não se importava com a velocidade da lebre, pois sabia que a paciência e a perseverança a levariam à vitória.

Quando a lebre acordou de seu sono, percebeu, com surpresa, que a tartaruga já estava quase chegando à linha de chegada. Desesperada, a lebre tentou correr o mais rápido que pôde, mas já era tarde demais. A tartaruga cruzou a linha de chegada com um sorriso tranquilo no rosto.

“Lembre-se,” disse a tartaruga para a lebre, “quem caminha com persistência, sem pressa, acaba chegando mais longe do que quem se deixa levar pela arrogância e pela pressa.”

A lebre ficou sem palavras, mas aprendeu uma lição valiosa: não subestime a força da perseverança e da humildade.

Moral das Fábulas:

As fábulas, embora cheias de animais falantes, nos ensinam lições que valem para toda a vida. A história da raposa e do corvo nos ensina a não cair em armadilhas de vaidade e a sempre desconfiar de elogios fáceis. E a história da tartaruga e da lebre nos lembra que a paciência e a perseverança são mais importantes do que a pressa e a arrogância.

Cada fábula tem um ensinamento que, mesmo sendo simples, pode fazer uma grande diferença na nossa maneira de viver e interagir com os outros. Então, da próxima vez que você estiver em dúvida ou enfrentando desafios, lembre-se dessas lições.

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